terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Hiya.

Olá.
Hoje, escrevi tanto mas tanto, que chegou a uma certa altura, que achei que nada tinha escrito. Parece estranho, mas foi assim que me senti hoje. Naquele caderno, foram escritas muitas rimas, a maioria sem qualquer significado ou sentido algum. Até mesmo no corredor, no intervalo, levei o caderno e continuei a escrever palavras insignificantes, rimas sem qualquer pretexto. Foram tantas mas tantas, que tive que escolher umas quantas para juntar a este pequeno texto, para postar no blog, pois já não o fazia à algum tempinho:

Neste mundo,
Não existe ninguém,
Que palavras minhas compreenda.
Naquele fundo, meras espinhas,
Que me perfuram sem emenda..

Livro feito, escrito,
Imortalmente concebido,
Fraquejado, mas sem defeito,
Nunca outrora conhecido.

Palavras, frases,
Cuidadosamente construídas,
Mentiras, intrigas,
Facilmente desinibidas.

Mais uma vez, desentendido,
Faço história.
Mais uma vez, despercebido,
Procuro em mim, o que não achei na minha memória.

Da minha garganta dispara um grito,
Tento fazer-me ouvir.
Pois já que ninguém percebe o que dito,
Escrevo, e faço-me sentir.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Meu querido amigo..


Porque é que estás a fazer isto ?
Porque é que ainda continuas atrás de mim .. ?
Eu sei, eu conheço-te (demasiado) bem, talvez mais do queria até.. mas enfim..
Todos os dias estás ali, todos os dias, a toda hora vais para onde quer que eu vá, por mais vezes que eu saia de casa, por mais longe que eu vá, lá estás tu, ao meu lado..
Até neste mesmo momento em que escrevo, sinto que tu, estás mesmo atrás de mim, a ver se falo mal de ti, ou coisa do género. Eu sei bem, que tu, nunca me irás fazer mal. Apenas estás presente, para (talvez) assustar-me ? Não sei, isso eu não sei..
Sei que é constragedor. Sei que quando tomo banho, não consigo fechar os olhos e passar com o chuveiro por cima da cabeça, isso, eu não consigo.. ou talvez consiga, só que não quero, não te quero ver outra vez, já me basta sentir-me dentro de mim todos os dias.
Hoje, mais uma vez, decidis-te "aparecer", a luz foi abaixo e lá vies-te tu, muito contente a tentar assustar-me. Não sejas tolo, já não me consegues assustar. Sempre que isso acontece, ficas ali, parado, a olhar para mim para ver qual a minha reacção, para ver se fecho os olhos, se eventualmente acabo por sair do quarto, ou se fico a olhar para ti (sim, eu sei, é isso mesmo que tu queres, que eu fique a olhar fixamente para ti, para ver quem aguenta mais tempo. Se sabes bem que nenhum de nós vai desistir, porque continuas a fazer o mesmo ? Dá-te prazer ? Não sejas ridículo..)
Apesar de não gostar de ti, considero-te o bem mais precioso que tenho. Não posso nem te vou deixar ir embora, quero-te comigo, apesar de seres aquilo que mais me atormenta, quero-te comigo.. Isso faz-me sentir vivo, e ao mesmo tempo, sem vida..

E no dia-a-dia, continua, sempre os mesmos momentos contigo, sempre as mesmas situações, nós frente-a-frente, olhos fixados a quererem devorar a existência um do outro, uma demonstração, uma explosão de poder ! Os dias sombrios continuam, por mais que seja de dia, ou de noite, os dias sombrios, irão sempre, mas sempre, existir..

Fica comigo..
Por favor, fica comigo..

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Meu livro, meu livrinho,

Escrevo para ti meu livro, meu belo livrinho.
Estou-te a escrever num mero livro, num mero livro em branco. Peço-te desculpa por te estar a incomodar, por estar a perturbar o teu espaço, por estar a perturbar o teu silêncio. Apenas queria avisar, escrever-te aliás, que estou seriamente a pensar em escrever um livro, e até já tenho um tema. Vou fazer uma história, sobre um rapaz que viva nos seus sonhos, ou seja, a sua vida não era realmente a sua vida, era, porém, o seu sonho. Só vivia realmente quando sonhava. Tudo o resto era um sonho para ele, menos os seus sonhos, isso para ele, era viver !
Ou talvez deva fazer sobre um rapaz, que vivia nos sonhos de outras pessoas ? Que só ganhava vida quando os outros sonhavam ? Essas pessoas faziam da vida dele, os seus próprios sonhos.
Sobre qual deverei fazer ? Dás-me a tua opinião ? Podes aconselhar-me ? Se o conseguires fazer, agradeço-te imenso, pois estou um bocado duvidoso, apesar de ser uma pessoa decisiva e sem problemas de escolha.. Se puderes, por favor responde.

P.S(Não me importo, se me deres opiniões tuas.)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Puzzle


Com pedacinhos de cartão
Faço mosaicos de uma vida,
Montando uma escuridão
Que em mim está perdida..

Mas.. para quê escrever palavras
Das quais ninguém gosta ?
Para quê descrever visões macabras
Que dia e noite dão à costa ?

Palavras já outrora silenciadas, desaguam agora, aqui,
Palavras nunca mencionadas, flutuam, mas agora sem ti.

Transformo pequenas partículas
Em pequenas e médias frases,
Tento juntar pequenas gotículas
E tento fazer aquilo que tu fazes.

Abres-me diversas portas e mostras-me o futuro,
Ensinas coisas novas a este pobre imaturo.
Mas isso, realmente não interessa,
Não para um ser como eu, que espera sem pressa.
Posso esperar. Posso esperar neste ar irrespirável
E dizer que sou apenas, um objecto descartável.
Este mundo está perdido, coitadinho do meu ser,
Sou imundo e sem sentido, pois caminho sem saber..

E com o tempo, lá morri.. Morri e o puzzle ficou incompleto,
Não fiz nada de geito, a não ser este mero dialecto
Que fez largar suor e lágrimas ensaguentadas
Nunca chegando a montar a minha vida,
Repleta de pedras.. e meras calçadas..

Esta, é chamada a "história do pianista"
Cheia de amor e ilusão,
Esta, é chamada a "história ilusionista"
Cheia de calor e tentação..