domingo, 27 de outubro de 2013

Whatevermakesyou, itbothersme.


Dói. Dói como nunca dói. Corrói, como nunca corrói. O sentido de impotência cresce como um parasita, eremita egoísta com os seus gostos altruístas. Cresce como um vírus, que se alastra por tudo o que me é tudo. Consecutivamente, impiedosamente. Num frenesim que embora repetido, me é novo a cada quebra emocional. Mais do que novidade é o facto de ser desagradável, amargurante, exaustivo e que me sela os sentidos. Não consigo tirar partido máximo deles. Não me está ao alcance, vivê-los bem vividos. Bem sentidos.

Por quantas mais vezes serás tu madrasta, sua madrasta? Esse queixo subido, essa sobrancelha no alto; esse ar arrogante de que se acha maestra por ser sonoplasta. Desgasta-me, ter que te pedir autorização para ouvir o que de mais doce tenho. Desgasta-me, ter que te pedir que de vez em quando, me deixes escrever neste livro sem ser a vermelho. Sabes tão bem quanto eu que não te apoio nas decisões que tomas. Nunca te apoiei nem nunca o irei fazer.
Deixa-me saborear-me com quem mais saboreio. Quero apenas um só gosto, o resto, dá aos outros. Sei que não és lá grande pintora, mas se queres pintar de preto então pinta-me só a mim! É só isto que te peço.






É pedir muito que me leves para uma estrada alcatroada? Estou farto de poeira. 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Gigante com menos 20 centímetros.

Levo-te tão a sério como quando acordo de manhã.
Quando passo a mão nos olhos esfregando-os; aí, eu sei.
Sei que fui eu quem acordou, ciente e reluzente da minha estabilidade.
Sei que acordei contigo ao lado.
Não esfrego os olhos para me crer se ali estás ou não, isso, nunca o faria.
Seria incapaz.

Porque razão quereria eu tirar do meu regalo, o meu regalo?



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Morfologias


Embora saibas onde se encontra,
Comecemos pelo início:
De armazém passaste a montra,
De conhecida passaste a vício.

Que princípios teria eu,
Não fosse eu constante;
Não fosses tu quem sou eu,
Não fossemos nós, ser vibrante.

Escrevo neste papel,
Sobre todo o meu calor;
Sobre a pele cor de mel
Que exalta o teu esplendor.

Não existe banco,
Para a impotência do meu estar;
Diluo no branco mas no branco,
É difícil projectar.

Não quero parecer pouco,
Só talvez louco.
Ao pé de ti, um rouco,
Mas pouco? Tampouco.



Permanece aí, quieta,
Imóvel no teu lugar.
A seta irá directa,
Indiscreta ao despertar.

Sou franco: Quero!
Sou sincero porque nem eu próprio sei…
Só sei que irei,
Realizar o que sei que não sei se dará certo, mas que espero,
Porque até lá, sei que é longo e o trono será como nos sei;
Que se sente a rainha. Só depois, o rei.





Que comece, minha alteza.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Ementa





O que se passa, eu não sei. Sempre pensei saber como seriam as minhas decisões, como deveria reagir perante qualquer situação, embora esteja ciente de que nem tudo corre como imaginamos, ou como os outros imaginam. Sempre me imaginei a vivenciar todas as catástrofes; o que fazer, como fazer, quando o fazer. A quem recorrer. Hoje em dia reviro os olhos e levo as mãos à cabeça. Como é possível correr (quase) tudo de forma diferente? Impressiono-me por não ter esse tipo de poder, de amar o tempo enquanto ele me vai aquecendo e aconchegando à noite. É verdade que enrolamos sempre uma perna na outra, à noite, faça frio ou calor. Seja Verão ou Inverno. E Hoje? Hoje dói. Hoje escondo as mãos entre as pernas enroladas. Hoje não consigo adormecer com a cabeça destapada. Não consigo. Tenho, muito sinceramente, medo que me agarrem os cabelos e que os levem para sei lá onde. Que me deixem a cabeça nua, sem as habituais descargas morfológicas; recargas ideológicas. Hoje pica-me, sinto-me como se tivesse nascido para ser hospedeiro deste formigueiro atordoador. Deste vendedor de desilusões cuja compra se dirige directamente, para mim. E porquê? Porque pago o que for preciso, para não me verem à deriva com as entranhas a flutuar. Já basta a água turva que me molha os ouvidos. Hoje arranha. Arranha-me a vontade. 


Resumi a minha vida ao simples facto de que um fato não me serve. Melhor: Não poderia nunca, servir. Detesto gravatas e sapatos apertados. Não gosto de sentir a pele embrulhada, amarrotada. Não gosto de me ter que espreguiçar por uma força maior, sem que seja por a minha maior força. Fora disso, sempre me pensei decisivo. Inciso, como por exemplo chegar a um restaurante e ser preciso na escolha. De nem ser preciso, olhar para a carta e rasgar os olhos pelo que está disponível. Rasgo-me pelo que me agrada, ou pelo que me poderá agradar. E agrada-me agradar aos outros se a eles lhes agrada. E hoje? Hoje nada me agrada. Nem coragem, nem humildade. Nem o bitoque, nem bacalhau à Brás, nem a especialidade da casa.


Hoje? Hoje nada me agrada.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Blush


Se não te esmerares eu não me esforço por ti,
Se não te apressares, eu não me apresso por ti.
Faz perceber quanto queres, o quanto me queres,
O quão diferente és das outras mulheres;
Demonstra que me consegues devorar,
Não com garfos mas com colheres.

Faz-me esforçar 
Porque se for preciso, corro.
Não me faças é esperar, 
Não me metas esse gorro.


Porque rótulos eu não quero; Não me aglomero por ti.
Mas sei, que sem ti não acelero o vermelho que nasce em mim.
Mandas-me mil e um sabores, e nem ao pé de mim estás…
Como poderei saber como um beijo se faz?

Anda para trás,
Deixa-me dar passos.
Quero um espaço capaz
De ser um rapaz nos teus laços.


De dar abraços,
Aos teus traços de jaguar;
Estar em ti e dar amassos 
No teu cheiro. Deixa-me embriagar.



Deixa-me embriagar.


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Dial up.

Hello Love.. 

Why won't you answer when I call on?
Want you to be there for me, when it's all wrong.
Want you to be my autumn breeze, when the Fall’s gone,
And cuddle under a tree, humming soft songs.

So Hello Love.. Won't you be there when I call on?
I want you to be the One my kids call Mom.
Have a daughter or a son; maybe we could call him Tom?
We could travel; visit Paris, visit London or even Hong Kong!

So please baby, will you answer the phone when I call on?
I want you to know that I’ll be here, when you get home.
Please Love, answer the phone.


Love you, this is Tom.

sábado, 5 de outubro de 2013

Recall


Descansa, eu não me esqueci. Nunca me esqueço e tu, sabes bem disso. Assim como espero que saibas que, apesar de eu não te telefonar ou falar contigo todos os dias, seja um sinal de que não me importo. Tenho-te dentro de mim desde que nasci e seria uma ofensa a mim próprio caso me escapasse um dia que seja. Cá dentro, neste fundo poço, respondo às tuas habituais e costumes perguntas. Faço-o diariamente. Desde que me lembro. Desde que te lembro. E porquê? Porque eu sou tu olhe para o espelho que olhar; olhe para o reflexo que olhar. Eu sou tu em cada discussão que temos (e olha que não são poucas!). Sou tu em cada opinião que me pedes; em cada roupa que vestes. Sou tu em cada refeição que fazes. Sou tu, em cada sorriso e em cada gargalhada que soltas do teu bem-estar; em cada língua que dobras entre os dentes quando te zangas. Sou tu em tudo (menos no teu gosto quando me compras roupa).

                12:49h
               
Acabou de beber o leite. Nem birra fez. Portou-se de forma exemplar, linda menina. Ela pergunta imensas vezes por ti sabes? “Onde ‘tá a Bel?” e eu respondo-lhe: “A Bel já te vem ver, mas só depois de dormires um bocadinho, está bem?”. Responde-me com um enorme sorriso e quase que vai sozinha para a cama. Não é muito difícil, confesso. Suponho que tenha os teus genes quando eras pequena. É tão querida. Mentiria se dissesse que não estaria apaixonado. Consegue sempre o meu lado mais doce e nunca me exigiu o oposto. Se ao menos fossemos todos tão puros assim…

                12:57h
               
Acho que já adormeceu. Agora sim, tenho tempo suficiente para brincar na cozinha; fritar uns hambúrgueres com bacon e depois lambuzar-me com a minha famosa mousse de chocolate!
                Sinto saudades. Da tua implicância e teimosice de que a tua mousse era melhor do que a minha, mesmo com os manos a dizerem que detestavam a tua; que parecia sopa!

                Sinto saudades, de quando me ias defender à escola. De quando esperavas por mim no final do treino. Sinto saudades tuas.

(...)