Somos filhos dos relâmpagos, crescemos com os furacões e não com o sapato perdido pela Cinderela. É como querer ter um barco à vela e nunca ter içado uma vela, sequer. Não olhes para as estrelas. Olha para o céu escuro, cinzento, carregado de nuvens encharcadas. Aceita que te acompanhem. Aceita-te acompanhado.
Imagina uma vitamina que só germina quando, uma mão feminina a ensina o quanto, é relevante escolher a pessoa certa enquanto, vives debaixo de um manto com a cabeça incerta, com a pessoa incerta, numa relação pouco ou nada correcta. Porque quem faz a nós desperta, a curiosidade de uma ação concreta repleta de uma vontade que mais tarde, se torna em necessidade. Mas a verdade, é que procuramos a mentira no meio da verdade. Somos escravos de uns filhos que nasceram sem uma metade da cara, ou com a cara pela metade.
Somos filhos dos relâmpagos.
Somos filhos dos relâmpagos.