domingo, 2 de maio de 2010
Já lá vão as horas. Já lá vão os tempos em que fazia calor e a luz brilhava. Já lá vão os tempos em que me sentia quente e para onde quer que olhasse, via tudo a brilhar. O Sol decidiu partir. Ou terei sido eu que o mandei ir embora ? Não sei.. já não sei de nada. Apenas sei que agora, continuo a ver a luz brilhar, mas desta vez é o brilho da Lua, que já esvoaça bem alto naquele céu negro. Também sei que agora, em vez do calor que me fazia suar, sinto o frio, que me congela cada osso, cada pedaço de carne, cada centímetro de pele. Que me congela a alma. Revolução, acho que é a palavra mais indicada que encontro para definir este meu imaginário. Tenho cada vez mais certezas, de que, a cada dia que passa, vou ficando para trás, com distâncias cada vez maiores, que separam o avanço deste nosso mundo, com a vagareza deste meu ser. Pois cada dia que passa, vejo o mundo ficar cada vez mais cinzento, e esse cinzento vai crescendo cada vez mais, à medida que os dias se transformam em noites. Estarei a ver correctamente ? Não será tarde demais, que já confundo os campos desta minha mente, com os campos deste nosso mundo ? É capaz. Já devo estar cego. Deve ser por essa mesma razão, que vejo tudo mais nítido, com mais clareza. O lógico seria que, à medida que vamos perdendo a visão, vamos confundindo tudo, sem ter certezas de nada. Mas eu não. Devo ser o contrário de toda a gente, deve ser por isso que estou perdido no tempo. É capaz. Mas não deve ser do tempo. Devo é estar perdido de mim próprio, pois já nem me reconheço. Secalhar nunca me conheci realmente, e só agora estou a conhecer. Mas não faz mal. Desde que não magoe as outras pessoas, não faz mal.
Já me fizeram tantas perguntas, estranhas e bizarras. Mas estranho foi fazerem-me uma pergunta que fugia à regra dessas mesmas estranhas e bizarras perguntas que constantemente recebia, que de uma certa forma, até me deixou espantado:
- Não tiveste medo de te perder no tempo, e ainda assim, aqui continuas. Não tiveste medo de te magoar a ti próprio, só para beneficiar as outras pessoas, e ainda assim, aqui continuas. Mas, não tens medo de morrer ?
- Não. O medo de me perder no tempo, de me magoar a mim próprio, de não ter coragem para continuar, é muito pior do que ter medo de morrer. E eu não me posso dar ao luxo de ter luxúrias dessas, não nestes tempos que correm, em que tudo está em constante transformação. E vou-te dizer uma coisa, meu velho: Nós não nos podemos perder no tempo nem nos podemos magoar a nós próprios, e muito menos devemos perder a coragem. Só o devemos desejar apenas a uma pessoa neste mundo, e essa pessoa somos nós. Só nós devemos pagar o preço de nos perder-mos eternamente. Acredita meu velho, acredita nas palavras deste pobre jovem imaturo, pois secalhar, já vivi mais do que o senhor alguma vez viveu. E acredite, que já espalhei mais dor do que amor. Amor esse que continua perdido em mim, à espera de se soltar. Acredite, que um dia voçê vai ser como eu, pobre, jovem e imaturo.
(...)
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adorei.
ResponderExcluirFoi mesmo grande noite +.+
sabes , não sei se isso te ajuda , mas não és oúnico a sentir-te assim . Eu também há muito que não me conheço , há muito que também a minha luz se foi e cada vez sinto que estou mais distante.. ler o teu texto , acho que foi quase ver-me ao espelho :x
ResponderExcluirespero que consigas recuperr essa distancia e voltar a ver o Sol brilhar.
Beijinho *
Foi mesmo GRANDE noite
ResponderExcluirGosto desse teu "jogo" de palavras...
ResponderExcluirTens uma particularidade singular, unica mesmo...
Adoro o que escreves *.*
"Mas, não tens medo de morrer ?"
Não, não me importava nada que isso acontecesse agora... Tenho muito mais medo do que o futuro me reserva. De não conseguir enfrenta-lo. De magoar e desiludir as pessoas de quem gosto.
sim , tens uma certa razão. Mas preciso também de outras fases sem ser esta. preciso da fase em que o sol brilha com todo o seu explendor e já há bastante tempo que não a tenho.
ResponderExcluirObrigada :) *
Adorei $
ResponderExcluirSerá que alguma dia nos chegamos a conhecer realmente?! Talvez não, não sei.
ResponderExcluirTal como tu, perdi-me no tempo...vivo num passado que teima em ser presente, e agora acho que já não tenho certezas...
Adorei o texto, como sempre (:
Beijinho*
Tenho amigos que não conhecem metade de mim, nem sabem que eu escrevo, por isso...tu sabes e gostas...assim como eu adoro o que escreves, tudo sincero...gosto...por isso, sim. Um bom começo de uma amizade (:
ResponderExcluirBeijinho*
"pintando todos os traços invisíveis que foram desenhados por dois seres, visíveis ou invisíveis."
ResponderExcluirPalavras para que?! Dizeste tudo (:
Então até amanhã, beijinho *
a tua também André, sem duvida (:
ResponderExcluireu quero /:
mas ou não tenho cabeça para isso ou não tenho tempo --'
durante os intervalos é-me ímpossivel xD
ResponderExcluirtem sido bue dificil abstrair-me /:
e quanto tenho tempo não tenho cabeça e quando até me veem coisas à cabeça não tenho tempo --'
pode ser que nas férias consiga escrever com mais regularidade (:
Ainda estou a devorar os teus posts, são lindos!
ResponderExcluirAs compras são sempre boas, embora que em dias de chuva sejam estranhas (...)
ResponderExcluirO meu blog deixou de gostar de ti, já não aceita os teus comentários, ahaha.