Chegas ao ponto em que o encontro contigo mesmo é medonho.
És um sonho tonto com lábios de framboesa, mas sabor de medronho. Sem princesa
e sozinho na mesa. Copo cheio, de mente presa. És algo sem algo, corpo de
presa. Alguém que no verão espera que alguém lhe deixe, a lareira acesa. És
algo sem algo.. És corpo de galgo.
Até quando vais ser aquilo que não queres ser? Quão longínqua
é a tua vontade, o teu sentido de, quereres finalmente aparecer? Cheiras mas
esqueceste de fechar os olhos, respiras mas, esqueceste de o fazer de olhos
abertos. Respiras fundo mas não como fazias, não como sorrias. Não depois de
uma gargalhada de apenas cinco segundos, que te cansa e te deixa a íris
molhada. Não como agora, seca e incolor. Sem amor. Não como agora.
Deitaste fora e já não esperas que alguém te resolva, que
alguém te devolva, o que jogaste ao ar. Que alguém saia das águas do mar e te
dê um abraço molhado. Deitaste fora e já não esperas por ninguém. És só alguém,
sem quem. Sem sem.
Até quando nesse ponto?
Nenhum comentário:
Postar um comentário