Em mim, semeias milhões e nem de um terço desses milhões, te
apercebes que semeias. Metade deles agitam-se, ao ver-te ficar só de meias
quando chegas a casa. Deixas as botas à porta e a Nicole nem nota na porta
aberta, esquecida por ti. Toda torta corre em direção às tuas pernas e
obriga-te a ficar sentada, no tapete da entrada da frente. É tão inocente que
embora já agarrada a ti, continua a chamar pela mãe, vez atrás de vez. São as
saudades de apenas umas horas sem te ver, e eu, deliciado, encostado ao corrimão
das escadas, vou sonhando acordado:
...E rasga-lhe o pijama que tinha vestido, como se de um
mero guardanapo se tratasse. Espantada, inspirou fundo e encolheu os ombros
como se tivesse sentido um arrepio (E arrepio tinha eu sentido quando a vi de
lingerie!). Jogou-se ao seu pescoço como se de uma presa se tratasse, mas com a
gentileza de alguém que acabara de pegar num bebé ao colo. Suave e bem, bem
devagarinho. Sentiu a pele de galinha e o queixo dela a elevar-se no alto;
cabeça para trás e as suas unhas, a despentearem-lhe a alma. Ouviu-a novamente
a inspirar fundo mas desta vez com ainda mais ênfase, ainda mais descontrolada.
Aí soube, que não ia dormir tão cedo.
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