quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Puzzle


Com pedacinhos de cartão
Faço mosaicos de uma vida,
Montando uma escuridão
Que em mim está perdida..

Mas.. para quê escrever palavras
Das quais ninguém gosta ?
Para quê descrever visões macabras
Que dia e noite dão à costa ?

Palavras já outrora silenciadas, desaguam agora, aqui,
Palavras nunca mencionadas, flutuam, mas agora sem ti.

Transformo pequenas partículas
Em pequenas e médias frases,
Tento juntar pequenas gotículas
E tento fazer aquilo que tu fazes.

Abres-me diversas portas e mostras-me o futuro,
Ensinas coisas novas a este pobre imaturo.
Mas isso, realmente não interessa,
Não para um ser como eu, que espera sem pressa.
Posso esperar. Posso esperar neste ar irrespirável
E dizer que sou apenas, um objecto descartável.
Este mundo está perdido, coitadinho do meu ser,
Sou imundo e sem sentido, pois caminho sem saber..

E com o tempo, lá morri.. Morri e o puzzle ficou incompleto,
Não fiz nada de geito, a não ser este mero dialecto
Que fez largar suor e lágrimas ensaguentadas
Nunca chegando a montar a minha vida,
Repleta de pedras.. e meras calçadas..

Esta, é chamada a "história do pianista"
Cheia de amor e ilusão,
Esta, é chamada a "história ilusionista"
Cheia de calor e tentação..