sexta-feira, 19 de março de 2010

Sugado sem fim, escravo do mundo..


Lentamente, o mundo suga-me os sentimentos,
Deixando-me sem arranjo, deixando-me desconcertado.
Lentamente, aquilo que eu uso como mantimentos,
Acaba por desaparecer, acaba por ser sugado.

Apenas ficam vestígios, de um presente imperfeito,
Sem qualquer fundamento.
Fazendo assim, desaparecer os rodízios de um futuro sem defeito,
Sem qualquer consentimento.

Sobraram as cinzas,
Que agora no cinzeiro estão caídas..
De seguida, formaram-se as pintas
Que mais tarde se transformariam em feridas..

Sobraram as memórias,
Que nunca serão esquecidas!
Formando assim, histórias,
Que outrora já foram vidas.

Mágoas magoadas,
Negras da escuridão.
Cinzas amareladas,
De um presente sem paixão..

Minha caixinha de sugar,
Deixa-me viver descansado.
Já te disse, mas volto a citar:
- Daqui a nada estou morto, de tanto ser sugado !

Parai com tal feito,
Parai de me derramar em mágoas.
Já vos disse que sou imperfeito,
Portanto, parai de me pregar em tábuas.

Não sou nenhum Jesus Cristo,
Nem nada do que se pareça.
Já vos disse, mas insisto:
- Parai de me sugar a cabeça!

Parai de me converter,
Em lapsos de memória,
Já vos disse, mas volto a dizer:
- Não sou grande, não sou história..