sexta-feira, 7 de maio de 2010

Não me percebo, não me entendo.


Estou sentado sobre uma ponte,
De manga curta e ao relento.
Os meus olhos galgam o horizonte,
À medida que escuto o vento.

Estou aqui, sentado,
Ao sabor do sentimento.
Procuro esconder o passado,
Procuro amar cada momento.

Tento fingir que nada se passou,
Escondendo-me aqui, nas paredes desta casa.
Aquela cicatriz que me marcou,
Vai crescendo e nunca mais passa.

Não percebo,
Não entendo.
Este fardo que carrego, pesado e inexplicável,
Vai-me matando a cada dia,
E a cada dia vou morrendo,
Cada vez mais.
Não percebo,
Não entendo.

Faço-me de ignorante,
Semeando tempestades na minha mente.
Aquele ser, que é falante,
Vai-me mentido, e eu tenho que mentir a toda gente.

Relata que já morri
E que já moro entre o inferno.
As palavras que nunca vi,
Mentiram, e aprisionaram-me neste caderno..

As palavras que aqui relato,
São inimigas do meu fardo.
Protegem-me do internato,
Mas aprisionam-me, nas paredes deste meu quarto..

Já não tenho tinta suficiente
Para descrever esta minha dor..
Agora, a tempestade na minha mente,
Vai destruir, cada reservatório do meu amor..

Peço desculpa às minhas rimas,
Mas vou continuar a lutar.
Chamarei a coragem, para interferir nas minhas vidas,
E aí, quando conseguir, cá voltarei, para vos voltar a encantar..