sexta-feira, 20 de junho de 2014

Pointless.



Chegas ao ponto em que o encontro contigo mesmo é medonho. És um sonho tonto com lábios de framboesa, mas sabor de medronho. Sem princesa e sozinho na mesa. Copo cheio, de mente presa. És algo sem algo, corpo de presa. Alguém que no verão espera que alguém lhe deixe, a lareira acesa. És algo sem algo.. És corpo de galgo.

Até quando vais ser aquilo que não queres ser? Quão longínqua é a tua vontade, o teu sentido de, quereres finalmente aparecer? Cheiras mas esqueceste de fechar os olhos, respiras mas, esqueceste de o fazer de olhos abertos. Respiras fundo mas não como fazias, não como sorrias. Não depois de uma gargalhada de apenas cinco segundos, que te cansa e te deixa a íris molhada. Não como agora, seca e incolor. Sem amor. Não como agora.

Deitaste fora e já não esperas que alguém te resolva, que alguém te devolva, o que jogaste ao ar. Que alguém saia das águas do mar e te dê um abraço molhado. Deitaste fora e já não esperas por ninguém. És só alguém, sem quem. Sem sem.



Até quando nesse ponto?