domingo, 17 de outubro de 2010

(És) Doença


Quero escrever tanta coisa,
Mas não me consigo abrir por completo;
Eu quero que alguém me oiça,
Mas não tenho dialecto..

Não sei como o obter,
Não sei como o ganhar;
Ele mete-se a correr,
Muito antes de eu falar..

Tento recorrer à lírica,
Aos dotes de escritor.
Mas essa já é cínica,
Já perdeu o seu valor.

Deixou-me vazio,
Levou a minha alma.
Deixou-me o corpo frio,
E um stress que não acalma.

Infectou a minha mente,
Em mim já não estou..
O meu corpo já não sente,
O meu mundo já parou.


Esta doença não tem fim,
Só mostra o mau e o errado..
E é por isso que eu estou assim,
Confuso e desorientado..

Alastra e alastra,
Não tem como acabar..
É um lápis que não desgasta,
Que me marca sem parar.

Mas eu não sou nenhum erro,
Que uma borracha pode apagar..
Seja de papel ou de ferro,
Também me posso aleijar.

Por isso pára de me sorrir,
Deixa-me ser livre e sonhar..
Se não sentes o que eu estou a sentir,
Por favor parte sem recuar.