quinta-feira, 27 de março de 2014

Riscos.





Ela entra em casa, sente o aroma,
Sabe que lá estiveste e sente o sintoma;

O hematoma no coração, aperta-o com frustração,
Porque é que lá estiveste sem lhe dizeres a razão?

“Esquecer e seguir em frente.” Tu fizeste mas ela não,
Embrulhou-se no teu cheiro e agora relembra a tentação;

A indignação de a teres deixado, e agora voltado;
Arrependida de não te ter espancado… tu que fingiste ter amado.

A culpa é tua, marcaste-lhe o corpo; a alma; a pele,
E ainda insatisfeito ainda lhe escreves um papel…

Ela leu mas não ligou, interpretou como lixo,
Deitou-se, mas não aguentou, levantou-se e foi ao lixo.

Fixou, paralisou, quando leu o teu capricho,
Admirou-se com o teu humanismo apesar de seres um bicho.


Mas não, não soltou qualquer lágrima, longe disso,
A mulher é forte e o seu forte é nem sequer pensar nisso.