segunda-feira, 31 de maio de 2010

Refúgio validado.


Não vale apena escrever textos onde as palavras são sempre as mesmas, mas ditas de forma diferente. É sempre tudo igual: Os mesmos pretextos, as mesmas lamúrias, os mesmos desabafos. São escritos de forma diferente, mas a base primária, é sempre a mesma.
É exactamente isso que preenche aquele caderno, podre e rasgado, já cansado da variedade de tintas que lhe sujam as belas folhas. Encostado a um canto, com pó por cima da capa, vai tossindo a cada suspiro que despejo ao ar. Mais parece que se está a afirmar, a querer que o ouçamos, a querer que lhe troquemos as folhas borradas por uma história nova. É disso que o caderno precisa, de uma história nova. Daquelas ardentes e flamejantes que fervilham por todas as páginas. Tal e qual como as primeiras páginas que recebeu à uns anos atrás, mais precisamente à 18. Foi-se preenchendo e preenchendo cada vez mais, até hoje. Aquele caderno que eu pensava que teria um prazo de validade infinito, fechou-se hoje a cadeado. Não me deixa escrever mais nada, nem sequer tentar apagar aquelas letras imundas, que envenenam todas aquelas frases que outrora foram escritas.
Tudo desaparece, nada fica para sempre. As promessas do confidente e da melhor amiga, esvoaçam agora pelo ar. Essas que outrora se alojaram cá dentro, mas não de forma firme. Hoje sinto que não vieram com intenção de ficar, mas sim com a intenção de me iludir e de me fazer crescer. Odeio-vos e amo-vos por isso, meus aldrabões de primeira classe! É claro que sem a melhor amiga nunca poderia desabafar com o confidente, é claro que sem a inspiração, o caderno tornava-se inútil. Coisas vêm e coisas vão, assim como algumas partem e outras ficam. Cadernos como àquele garanto que já não existem, e inspirações como a rainha que vive cá dentro de mim muito menos. Provavelmente precisam de descanso, todas aquelas batalhas desgastaram:

As letras são o meu refúgio,
O meu esconderijo e o meu abismo.
Desaguo nelas como um dilúvio
Capturando a verdade e o realismo.

Navego para lá do muro,
E resolvo cada adivinha.
Faço do caderno o meu porto seguro,
E da inspiração a minha rainha.


(…)

domingo, 30 de maio de 2010

Day 19 - A song that makes you laugh








Day 20 - Your favorite song at this time last year


sexta-feira, 28 de maio de 2010

Já não sinto o peito como sentia,
Cheio de amor e alegria.
Aceitei a mentira e neguei a verdade,
Aliei-me à escuridão e à saudade.

Diluí todos os sentimentos,
Com simples actos e pensamentos.
Apaguei todas as memórias e todos os momentos,
Aliei-me às punições e julgamentos.

Já não sei o que é o calor interior,
Já não distingo o desejável do tentador.
Agora só sei o significado da minha dor,
Arrebatadora e sem pudor.

Por onde deverei caminhar ?
Deverei lutar até me estancar ?
Deverei descobrir o que está a falhar,
Ou deverei antes.. desistir de me perguntar ?

Questões e respostas,
Que eu nunca irei adivinhar..
Jogos e apostas,
Que eu nunca irei ganhar..

Fico-me pela interrogação,
Confuso e desorientado..
Ainda procuro respostas no meu coração,
Mas esse.. há muito que vive abandonado..




Day 18 - A song that you want to play at your funeral


quinta-feira, 27 de maio de 2010

Cor da minha cidade


Já não tenho muros. Estão-se a desmoronar a uma velocidade louca, como se já não existisse o amanhã. Todos os muros defensivos que construí com amor e saudade, já não existem. Eu próprio já não os reconheço. Aquela cor viva e contagiante desapareceu. Deixou que a escuridão a consumisse, deixou-se pintar de preto; transformou-se no mais puro negro existente. Durante 18 anos, lutei e lutei contra a minha própria pessoa, mas parece que não foi suficiente. Hoje vejo que não foi suficiente. Hoje, no presente, olho para o passado e vejo que não era nada disto que eu queria para o meu futuro. Mas, não estarei a desejar demais? Serei eu que não me contento com o que tenho, ou será o apetite da minha mente devoradora que se está a apoderar de mim? Estarei eu a ofuscar as minhas respostas, ou serão as perguntas que me estão a enevoar? Não existem respostas possíveis para as inquestionáveis perguntas que já nascem maduras dentro deste meu ser. Não tenho soluções para o meu problema, se é que se pode realmente chamar um problema.
Não possuo o contra-ataque necessário para puder voltar a conquistar estes meus muros defensivos, se é que alguma vez foram meus..
Todas estas barreiras que criei dentro deste meu cérebro, todas as limitações que depositei na minha alma, estão hoje a sobressair. Estão a ganhar vida própria e já me começam a afectar interiormente.. Só espero é que consiga retê-las cá dentro, não deixando passar cá para fora. Mas não vou desistir, vou continuar a navegar neste rio vermelho, vou continuar a saltar de cidade em cidade, vou continuar a manter o equilíbrio entre a Mente e o Coração. Não é que a Escuridão não seja bem-vinda, muito pelo contrário. O problema é que se me alojo nessa cidade negra, ou melhor, se deixo que essa cidade se apodere destes meus campos, todos se afastarão e eu não quero isso. É devido aos que me rodeiam que luto contra o passado, continuando vivo no presente preparando-me para o breve futuro. É pelos que me rodeiam, que faço questão de repelir todas as minhas outras personalidades, moradores da cidade negra. É por eles que mantenho os soldados infinitos na linha de combate, protegendo a Mente e o Coração, cidades em que a Luz ainda reside. Cidades isoladas no meio deste meu deserto, cidades que ainda hoje lutam contra a pressão exercida pelas tropas da mais negra cidade. É por todos, que ainda suspiro para que os muros continuem em pé, é por eles, que hoje ainda sou o mesmo que conheceram ontem. Obrigado, meus soldados.





Day 17 - A song that you want to play at your wedding



quarta-feira, 26 de maio de 2010

Chama ardente


A concha já está gasta,
Gasta e transparente.
Não me mata mas devasta,
Afoga-me na corrente.

À medida que as ondas galgam,
Vão-me matando interiormente.
“Agonia”; É a língua que elas falam
Para chegarem à minha mente.

Querem-me destruir por fora
E queimar-me o interior,
Querem faze-lo sem demora,
Querem extinguir o meu calor.

Querem apagar esta chama ardente,
Que arde, queimando a minha escuridão.
Escondida mas eloquente,
Ela luta, protegendo o meu coração.

Luta incansavelmente,
Por um lugar na minha memória.
Não é pessoa nem é gente,
É a chama da minha história.




Day 16 - A song that you listen to when you’re sad

Não ouço música quando estou triste..

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Vocês são espectaculares

Há uns meses atrás, em Novembro, criei este pequeno espacinho. Criei com intenção de puder demonstrar alguns dos meus trabalhos, e também na oportunidade de ler outros feitos por outras pessoas. Mas sinceramente, nunca pensei que um dia poderia olhar para trás e dizer que tive a oportunidade de conhecer pessoas fantásticas, através da blogosfera. Até agora, nunca me desiludi com as pessoas que conheci, especialmente com três em particular, em que também tive oportunidade de aprofundar esse conhecimento. Mas não são só essas três pessoas de que me orgulho bastante de ter conhecido, mas sim o vasto conjunto de seguidores que tenho aqui ao lado direito, que fazem questão de me seguir e comentar os meus trabalhos, e eu, de certa forma, faço o mesmo e com bastante prazer.
Tanto a Maria Eduarda, como a Ana e a Daniela, são as que melhor conheço neste momento. A Maria é espectacular, desde o momento em que li um dos seus trabalhos reparei que era uma grande mulher. Não vou estar aqui com pormenores, pois ela sabe bem o que disse e o que não vou dizer aqui.
A Daniela e a Ana, são outras duas raparigas espectaculares que gostei imenso de ter conhecido melhor. Também tive a oportunidade de conhecer a I, a Liliana, a Alexandra, o Hugo, a Débora, a Jú, a Beatriz, a Ana Carolina, a Niqui, a Isabel e a Patrícia são os/as seguidores/as que se destacam mais, pelo menos a meu ver. Se me esqueci de alguém, desculpem, não foi por mal. Agradeço a todas as pessoas do fundo do coração, pois em parte, foi através de todas elas que nasceu a inspiração em mim e uma vez ou outra, lá me conseguiram animar o dia. Obrigado pelos vossos textos magníficos e pelas vossas palavras espectaculares, e como é claro, também pelo vosso apoio constante.

Vocês são espectaculares, obrigado.





Day 15 - A song that you listen to when you’re happy



domingo, 23 de maio de 2010

A Poesia (?)

A Poesia ?
Bem, essa é espectacular.
Transformou-me mais do que queria
E meteu-me a sonhar.

Mudou-me por completo,
Enchendo-me com amor, com afecto.
Pintou-me a alma e pintou-me a vida,
Aquela que eu achava que estava perdida.

Que morreu várias vezes,
Abandonando este meu corpo, mutilado.
Mutilado com certeza e coragem,
Sendo julgado e afastado, para a prisão do passado.

Apareceu ela, descendo com um vestido branco, encadeando-me os olhos de tanto brilho que trazia com ela. Simplesmente fantástico, uma beleza pura, mais parecia um chamamento. Foi esta a senhora poesia, que me salvou do julgamento. Entrou na minha cela aprisionando-me num caderno, juntamente com letras e palavras. Onde a caneta era gigante, possuindo o poder de transformar páginas em branco, em histórias lendárias, que um dia passariam a ser ditas de boca em boca. Transmitidas de mente em mente, de geração para geração.
Com ela, trazia também aquele sorriso que hoje ainda me sorri, mas que sorri no escuro. Um sorriso grande, como nunca vi e que me aguarda para lá do muro. Que me protege da luz, da imensidão que ainda hoje me assombra. Aquela que me quer levar com ela, separando-me da escuridão. Essa que diz que quer transformar a própria luz ainda mais brilhante. Mas eu pertenço à escuridão, faço parte dela. Por isso volto a repetir o que ainda não disse:
Amo a escuridão, como amo a poesia. É de certo uma comparação, que toda gente discordaria. Mas pronto, eu sou eu, juntamente com a minha mente, delinquente.



Day 14 - A song that you listen to when you’re angry

Não ouço música quando estou zangado..

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Submundo


Por vezes, encontro-me tão, mas tão dentro da escuridão, que deixo de ver o meu fluxo de vida. Deixo-me de me sentir e os meus sentidos, ficam mais apurados que nunca. Encosto o meu ouvido esquerdo à parede húmida e fria, que sustenta o tecto deste submundo. Ouço asas a chocarem contra o ar, pingas a molhar seres negros que esvoaçam por este espaço, já isolado à 18 anos. Tento abrir os olhos, mas estão pesados, mais parece que em cada pálpebra estão pendurados blocos de cimento de 100 toneladas cada um. É-me impossível visualizar a escuridão, mas eu sinto-a, consigo senti-la com as pontas dos meus dedos cada vez que divido o ar com as minhas mãos, dando golfadas de esperança como se estivesse desesperado para sair dali. É estranho; cada vez que me encontro neste mesmo espaço, todos os dias, tenho um medo tremendo de para lá voltar, e extrema ansiedade para sair. Mas, ao mesmo tempo, é como se uma enorme tentação se instalasse sobre esta minha mente e obrigasse este meu corpo a viajar até este submundo, fazendo as delícias desta minha pobre imaginação.
Está quase. Está quase na hora de ela voltar e mais uma vez, perturbar esta minha mente confusa, que se confunde por se tentar compreender. Mas é natural. Se nem eu próprio compreendo a minha mente, iria lá ela compreender-se a si própria..

(Até já, meu submundo..)



Day 12 - A song that describes you



quinta-feira, 20 de maio de 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Segunda personalidade.


És como um vírus,
Que se transforma em frenesim.
Vais-me matando aos poucos,
E eu não quero morrer assim.

Não me quero tornar em cinzas
Para morar dentro de uma jarra..
Já basta ter-me tornando em pintas,
Já me basta ser a tua amarra.

Já basta seres o meu escravo de primeira,
Assim como o sinal que te marquei na testa.
Já basta ter-te pintado à minha maneira,
E ter moldado cada vértice e cada aresta.

Enquanto a meu lado ficares,
Permaneceres e viveres,
Eu prometo, que por ti irei morrer.
Mas, se a meu lado faleceres,
Eu prometo, que por ti irei viver.

Que irei tirar partido das nossas memórias
E fazer com que durem.
Que irei escrever histórias,
Para que todos os outros as murmurem.

Sei que fazes parte de mim,
Sei que és a minha alma escondida.
Mas não te esqueças,
Que foi desde o princípio ao fim
Que corremos juntos nesta corrida.

Já te descrevi em muito poemas,
Já te elogiei e já te ofendi.
Mas hoje, esses textos são emblemas
E imagens do que nunca vi.

Apenas ouvi essa tua dor,
E senti o teu sofrimento.
Não foi ódio nem amor,
Mas sim o calor do sentimento..

Desde o meu primeiro dia
Que fazes parte deste meu ser.
Foste mais do que eu queria
Mas és aquele que me faz crescer.

Peço que nunca te vás embora,
Peço-te que não estejas só de passagem.
Desejo que nunca chegue a hora
De me despedir desse teu espírito selvagem.

(Desculpa-me, mas já não tenho rimas suficientes para dizer o quanto significas para mim.. Eu bem sei que são infinitas, mas aquelas para descrever essa tua importância, não existem.. Essas ainda não foram inventadas. Palavras com tanto valor eu ficarei à espera, para um dia te puder fazer aquele texto. Aquele texto que deixará tudo e todos de boca aberta, caídos no chão só de ler meras e insignificantes palavras. Até lá, esperarei pacientemente até que sejam criadas, mas quem sabe, se não serei eu quem as criará. Só te peço, que até que esse momento chegue, que permaneças dentro de mim, assim como tens permanecido desde o primeiro dia em que te consegui sentir. Obrigado, meu espírito selvagem.)




Day 09 - A song that makes you fall asleep




Pode-me dar sono, mas é das músicas mais brilhantes que alguma vez ouvi.

sábado, 15 de maio de 2010

Travessia


Já são largas as horas que por este rio navego, procurando à beira mar palavras abandonadas, que precisem de ser resgatadas, que precisem de um tecto para viver, que precisem de orientação. Mas nem uma, nem uma palavra encontrei depois de ter passado aquela cascata, que estava infectada com elas. Até o meu pequeno barco se ia afundando, com tanto peso em cima. Sinto falta daquelas gargalhadas que durante a viagem, se iam constantemente pronunciando. Sinto falta daquela energia positiva que contaminava todas as outras palavras. Sinto falta de mim.
Outrora cheguei-lhes a dar um rumo, a dar uma nova vida, mas agora, nem sinal delas. Seguiram a sua vida e esqueceram-se daquele que as ajudou quando mais precisavam, daquele que as puxou para dentro do seu minúsculo barco, apesar de já não haver mais espaço para mais ninguém. Só dão valor ao que hoje têm. Ao passado, embrulham-no dentro de uma caixa para mais tarde o jogarem ao rio. Mas nem se lembram de que, as caixas que jogam ao rio, é aquele de que foram resgatadas, é aquele em que por largas horas permanece em silêncio, juntamente com o seu navegador. Navegador esse que navega naquele rio vermelho, que faz a travessia entre as cidades Mente e Coração. Só ele é capaz de fazer o percurso vezes indeterminadas, à procura de sem-abrigos, mas claro, sem sucesso, pois já há largas horas que navega por navegar..
Mais uma vez, aqueles dias gastos juntamente com a minha viola, foram em vão. Aqueles dias em que jogava letras ao rio, como se fossem pedras, fazendo ricochete nas mini ondas que brilhavam à beira mar. Mais uma vez, conhecendo a travessia como a palma das minhas mãos, não encontro nada.. Nunca irei encontrar a palavra perfeita, aquela que se irá dispôr para me acompanhar, neste percurso entre cidades..




Day 08 - A song that you can dance to




House, Is LIFE !

123

Do início ao fim, injecta-se. Uma solução vinda de ti, aloja-se para ficar. Aloja-se em mim. Mas, onde andas tu, meu pedaço de alecrim ?

- Amanhã escrevei sobre ti, meu alecrim. Prometo!




Day 07 - A song that reminds you of a certain event




quinta-feira, 13 de maio de 2010

Simplicidade complexa(?)


Simples ou complexa ? Sinceramente, não te sei responder a essa pergunta, não sei mesmo..
Transmites-me tanto, mas ao mesmo tempo não me transmites nada. És uma miragem recheada de bons e maus momentos, mas ao mesmo tempo transmites o vazio, não transmites nada. Em ti vejo tanta coisa, vejo que és doce, carinhosa, apaixonante. Mas por outro lado, vejo-te como um ser negro, obscuro, capaz de magoar tudo e todos só para alcançar os seus objectivos. Será esta tua miragem que me transmite isso, ou estarei apenas a ouvir a minha visão ? Não sei, mas sei que estou uma confusão.. Sei que já desfoco tudo. Sei que já não sei pregar letras no meu coração, para mais tarde as suspirar formando palavras e frases. Acho que preciso de um tempo. Preciso de um tempo para me afastar do mundo palavreado, do mundo rimático. Preciso de me sentar sobre um abismo, sacar da minha cana de pesca e pescar tudo o que vier ao isco. Preciso de me achar novamente, preciso que alguém me descubra e me acompanhe nesses dias de pesca, preciso de companhia. Preciso de alguém, assim como precisava de ti antigamente, meu espírito selvagem.*




Day 06 - A song that reminds of you of somewhere



O tempo mata, a palavra escassa..

São tantas as palavras,
Que eu com voçês quero partilhar.
Umas são macabras,
Outras de encantar..

Mas não sei quais escolher,
Para aqui vos apresentar..
Serão aquelas de encolher,
Ou serão aquelas para dançar ?

Sinceramente, já estou confuso,
Sinto-me velho e ultrapassado..
Sinto-me como um recluso,
Preso e limitado.

Outrora, possuía uma taça,
Que se enchia com frequência.
Cada palavra era uma raça,
Mas com o tempo, tudo mudou,
Pois hoje são demência..

Hoje,
As minhas palavras já são cinzas,
Fragmentos da minha paixão..
Hoje,
Funcionam como feridas
Que me assombram o coração..

Tenho saudades. Saudades de quando as palavras ainda eram ilimitadas, em que podia usufruir delas à vontade. Em que podia escrever cadernos inteiros cheios de rimas, textos, qualquer coisa. Tenho saudades de me saber descrever, das vezes em que me apaixonava por mim próprio. Das vezes em que descrevia todo o meu ser, demente e eloquente, e como eu gostava de me ver..

Mas já nada é assim,
O tempo matou-me a mente.
As palavras fugiram de mim
E deixaram-me aqui,
Sozinho e sem gente..



Day 05 - A song that reminds you of someone





quarta-feira, 12 de maio de 2010

Smiling Alone

You know.. i'm precious by being alone, in this street,
Making my own way, with my own feet.
I don't need to be exausted to say: "I'm tired, i'm gonna seat.."
And i don't need any bed, so you can throw away that sheet !

You know.. sometimes, being alone is more valuable than being with someone else, you can make your own way, without someone throwing words at your head. You can make your own smile, by shining over yourself, by smiling over everyone else, without a reason to do it.. That, it's what i call: Smiling alone, means shining like a stone.


Day 04 - A song that makes you sad



terça-feira, 11 de maio de 2010

past

Bem, hoje decidi partilhar com voçês aquilo que mais tem valor para mim, a nível sentimental. É o meu "tesouro". É também, o 1º texto com rimas que fiz; Daqui para a frente foi só escrever poemas atrás de poemas, mas este, foi o meu 1º e sinceramente, acho que é o meu melhor. O melhor que já alguma vez fiz. Talvez esteja a dizer isto porque o dediquei a uma pessoa, que na altura era bastante especial para mim, e ainda o é, mas claro, não da mesma maneira. Foi uma das pessoas que mais me marcou, e foi devido a ela, que me comecei a descobrir. Em parte, foi devido a ela que sou o que sou hoje. Talvez nesta altura ainda fosse um pouco ingénuo, pois fiz este texto como resposta a outro que ela me fez para mim, e esse tinha 3 páginas (ainda hoje o tenho guardado). Sim, 3 páginas recheadas de emoção e sentimento, e eu, como resposta, fiz uma mísera página com umas quantas rimas.. Na altura senti-me um bocado mal devido a isso, tanto que me recusava a entregar-lhe, mas os meus amigos e professores lá me convenceram a fazê-lo.
Vou agora no 3º dia desde que o desafio começou, e como o título diz: "Day 03 - A song that makes you happy", postei uma canção que me deixa bastante feliz, mas não apenas só por me pôr um sorriso na cara, mas sim por me lembrar do passado, e deste pequeno texto:



"Em 1º lugar, quero-te agradecer pelo texto que me fizeste, foi um privilégio ler isto.
Quando eu o comecei a ler sentia-me esquesito, sentia-me.. misto!
Os sentimentos começaram-me a fluir por todo o corpo,
Uma explosão de sentimentos rebentaram dentro de mim,
Algo que nunca tinha sentido antes, não da forma como o senti.

Tirei as folhas de dentro da mica e comecei a ler,
Os meus olhos, os meus sentimentos não acreditavam naquilo que estavam a ver,
Algo que eu nunca tinha imaginado que me poderias escrever.

Teve um impacto tão mas tão grande que fiquei em estado de choque,
Ler uma coisa destas, fez-me sentir uma pessoa cheia, cheinha de sorte.
Ter o privilégio de receber uma coisa assim tão profunda,
Fez-me sentir um grande arrependimento, pelo que tinha acontecido naquela segunda.

Aquela segunda, em que me tive de encher de coragem para dizer o que tinha a dizer,
Aquela segunda em que te disse.. "Sabes, acho que o nosso amor vai ter de morrer.."
Não foram bem estas as palavras certas que te disse, foram ditas com outro sentido,
E o que vivi enquanto te tive comigo, ficarei de certo, muito agradecido.

Obrigado por tais momentos de prazer, tais momentos que considerava confidencial,
Tais momentos que fizeram da nossa relação uma relação muito especial.
Obrigado por seres quem és, pois também sinto sorte em te ter tido como namorada,
Sinto sorte em ter uma amiga como tu, uma amiga tão iluminada.

Obrigado por me dares o valor de que tanto estava à espera,
Eu bem sentia o valor próximo de mim, mas não sabia bem de onde era..
Fui percebendo aos poucos que ele vinha de ti, que vinha da minha Sofia,
E que esse nome, me dava um gigante e alegre sinónimo de alegria.

Mais uma vez, obrigado pelos belos momentos que me proporcionas-te.
Com o texto que me escreves-te, consegui perceber o quanto me amas-te.
Pois deu para perceber que em ti tive um grande impacto,
E que irei lembrar com saudade cada beijo, cada abraço, cada contacto.

Desculpa se te fiz sofrer, desculpa se te fiz chorar,
Quero que saibas que cá dentro.. irás sempre, mas sempre ter um lugar.

OBRIGADO SOFIA ! :)"




Day 03 - A song that makes you happy



domingo, 9 de maio de 2010

Companheiro de espera


As horas vão passando,
E eu cá no meu sítio fico.
Pois de leve vou chorando,
À medida que por ti grito.

Os ponteiros já parecem gastos,
Cansados desta minha dor.
Não é por mal mas já são vastos,
Estes meus gritos de cantor.

Tal e qual como este relógio
Nunca saí daqui,
Sempre estive ao frio e ao relento..
Fui feito com um único propósito,
E esse propósito,
Foi o de sofrer a contar o tempo..

Fomos apredejados sem piedade,
Pois deixámos de contar..
Sei que não é por maldade,
Mas já estamos cansados de esperar..

Esperar pelo nosso momento,
Para voar,
Voar para fora deste Inferno.
Dar-mos asas ao sentimento,
E cantar,
Os poemas do nosso Inverno..



Day 02 - Your least favorite song


Desafio

Antes de mais, obrigado pelo desafio "ann" ;)

- Postar uma música por dia, durante vinte dias, de acordo com uma lista já distipulada:

Day 01 - Your favorite song
Day 02 - Your least favorite song
Day 03 - A song that makes you happy
Day 04 - A song that makes you sad
Day 05 - A song that reminds you of someone
Day 06 - A song that reminds of you of somewhere
Day 07 - A song that reminds you of a certain event
Day 08 - A song that you can dance to
Day 09 - A song that makes you fall asleep
Day 10 - A song from your favorite band
Day 11 - A song that no one would expect you to love
Day 12 - A song that describes you
Day 13 - A song from your favorite album
Day 14 - A song that you listen to when you’re angry
Day 15 - A song that you listen to when you’re happy
Day 16 - A song that you listen to when you’re sad
Day 17 - A song that you want to play at your wedding
Day 18 - A song that you want to play at your funeral
Day 19 - A song that makes you laugh
Day 20 - Your favorite song at this time last year




- Desafiar mais 10 blogs:

http://graf-fite.blogspot.com/
http://pequenos-grandes-momentos.blogspot.com/
http://omeumundojprf.blogspot.com/
http://palavraspelametade.blogspot.com/
http://beatrizscruz.blogspot.com/
http://washmyteeths.blogspot.com/
http://jessycapatricia.blogspot.com/
http://memoriasperdidaslua.blogspot.com/
http://vitorcarneiroblog.blogspot.com/
http://sownew.blogspot.com/




Day 01 - Your favorite song



Entro em transe, e de mais nada quero saber, de mais nada quero ligar. Sou só eu, e esta minha música.
Que me faz fechar os olhos, e abrir as percianas da minha mente. Que faz isolar a minha presença e presenciar este meu corpo, este meu coração que explode por cada segundo que estas notas musicais tocam. Que me faz perder no tempo e navegar entre a alma de todos os artistas que fazem a questão de que a música funciona, que fazem a questão de hipnotizar quem quer que a ouça, como eu. É isto que a que chamo de música favorita, é a isto, que dou o nome de pura paixão musical.

sábado, 8 de maio de 2010

Hoje sou outro

Ao som da música, desta doce e selvagem música, transformo-me. Transformo-me naquilo que ninguém espera, naquilo que nem mesmo eu espero. Ao fechar os olhos, e navegar por esta minha mente imunda, vejo e deparo-me com tantas transformações, que seria impossível descrevê-las a todas. Mas hoje, sou apenas esta. Sou apenas a minha própria sombra e pensamento, conjugadas numa só transformação. Numa só tentação que nem eu próprio sei saciar, que nem eu próprio sei exterminar..
Amanhã, escrevei palavras com outros pensamentos, com outras sombras. Mas hoje, escrevo apenas isto, porque sinto necessidade, porque quero escrever. Escrevo porque a minha transformação de hoje exige que eu escreva.
Hoje, sou só eu, mais a minha transformação..

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Não me percebo, não me entendo.


Estou sentado sobre uma ponte,
De manga curta e ao relento.
Os meus olhos galgam o horizonte,
À medida que escuto o vento.

Estou aqui, sentado,
Ao sabor do sentimento.
Procuro esconder o passado,
Procuro amar cada momento.

Tento fingir que nada se passou,
Escondendo-me aqui, nas paredes desta casa.
Aquela cicatriz que me marcou,
Vai crescendo e nunca mais passa.

Não percebo,
Não entendo.
Este fardo que carrego, pesado e inexplicável,
Vai-me matando a cada dia,
E a cada dia vou morrendo,
Cada vez mais.
Não percebo,
Não entendo.

Faço-me de ignorante,
Semeando tempestades na minha mente.
Aquele ser, que é falante,
Vai-me mentido, e eu tenho que mentir a toda gente.

Relata que já morri
E que já moro entre o inferno.
As palavras que nunca vi,
Mentiram, e aprisionaram-me neste caderno..

As palavras que aqui relato,
São inimigas do meu fardo.
Protegem-me do internato,
Mas aprisionam-me, nas paredes deste meu quarto..

Já não tenho tinta suficiente
Para descrever esta minha dor..
Agora, a tempestade na minha mente,
Vai destruir, cada reservatório do meu amor..

Peço desculpa às minhas rimas,
Mas vou continuar a lutar.
Chamarei a coragem, para interferir nas minhas vidas,
E aí, quando conseguir, cá voltarei, para vos voltar a encantar..


terça-feira, 4 de maio de 2010

Tempestade

"O tempo está bera lá fora.
O grave barulho do vento, que embate naquelas árvores de pano, vai-se tornando cada vez mais agudo, cada vez mais insuportável de se ouvir. As folhas finas, que esvoaçam ao sabor da suave turbulência, vão caíndo, cada vez com mais violência, degradando os trilhos que arduamente, construí durante toda a minha vida. As nuvens pintaram-se de cinzento, fazendo brilhar o céu, que desta vez decidiu mascarar-se de negro. Os relâmpagos vão sendo cada vez mais intensos. Esses que se espalham no cimo daqueles montes, iluminando este ambiente escuro que ronda esta minha casa de cartão, que já está bastante danificada devido aos furacões que por aqui moram. Moro no meio de uma tempestade.. mas não me importo que tudo isto me incomode, só pelo simples facto de que adoro tempestades. De sentir a chuva torrencial sobre este meu telhado, de ver espirais de vento e estrondos estridentes luminosos.
Já há muito tempo que não vinha cá, e vendo bem, tudo parece igual, e nada parece diferente.."

- Acho que vou parar por aqui, Sr.Doutor.. :
Sinceramente, gostaria de puder falar sobre todas as minhas vidas,
Gostaria de puder contar toda a minha história.
Mas, não tenho suficientes rimas
E muito menos boa memória.


- Não faz mal André, eu compreendo. Mas antes de terminarmos a nossa sessão, gostaria de lhe fazer algumas perguntas: Nessa história que o menino me contou, que sítio tão negro e hostil é esse ?
- Penso que seja na minha mente, Sr.Doutor..
- Referiu também, que tudo isso já se tinha passado há algum tempo.. quando exactamente ?
- Ontem..

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Desejo..


Voar.


Esse é um dos meu dos desejos, levantar voo e voar por um tempo indeterminado, sem destino. Quero voar descoordenado:

Voar para fora deste meu corpo,
Voar para fora desta minha mente.
Desenhar o meu próprio porto,
E amar toda a gente.

Quero ter o poder de bater as asas,
E voar lado a lado com a minha alma.
Quero puder ter asas largas,
E fugir para quem me acalma.

Quero deixar de ser o réu,
Para puder julgar os que me julgaram.
Mas só voando sobre o céu
Poderei calar os que de mim falam.

Quero puder voar para o presente,
E mudar o que de mim está atrasado.
Quero-me libertar desta corrente
Que me prende no passado..

Quero ter o poder de voar,
E saber controlar este meu corpo.
Corpo que sempre me quis matar,
Que sempre me quis ver morto..


Quero voar, como sempre soube..

domingo, 2 de maio de 2010


Já lá vão as horas. Já lá vão os tempos em que fazia calor e a luz brilhava. Já lá vão os tempos em que me sentia quente e para onde quer que olhasse, via tudo a brilhar. O Sol decidiu partir. Ou terei sido eu que o mandei ir embora ? Não sei.. já não sei de nada. Apenas sei que agora, continuo a ver a luz brilhar, mas desta vez é o brilho da Lua, que já esvoaça bem alto naquele céu negro. Também sei que agora, em vez do calor que me fazia suar, sinto o frio, que me congela cada osso, cada pedaço de carne, cada centímetro de pele. Que me congela a alma. Revolução, acho que é a palavra mais indicada que encontro para definir este meu imaginário. Tenho cada vez mais certezas, de que, a cada dia que passa, vou ficando para trás, com distâncias cada vez maiores, que separam o avanço deste nosso mundo, com a vagareza deste meu ser. Pois cada dia que passa, vejo o mundo ficar cada vez mais cinzento, e esse cinzento vai crescendo cada vez mais, à medida que os dias se transformam em noites. Estarei a ver correctamente ? Não será tarde demais, que já confundo os campos desta minha mente, com os campos deste nosso mundo ? É capaz. Já devo estar cego. Deve ser por essa mesma razão, que vejo tudo mais nítido, com mais clareza. O lógico seria que, à medida que vamos perdendo a visão, vamos confundindo tudo, sem ter certezas de nada. Mas eu não. Devo ser o contrário de toda a gente, deve ser por isso que estou perdido no tempo. É capaz. Mas não deve ser do tempo. Devo é estar perdido de mim próprio, pois já nem me reconheço. Secalhar nunca me conheci realmente, e só agora estou a conhecer. Mas não faz mal. Desde que não magoe as outras pessoas, não faz mal.
Já me fizeram tantas perguntas, estranhas e bizarras. Mas estranho foi fazerem-me uma pergunta que fugia à regra dessas mesmas estranhas e bizarras perguntas que constantemente recebia, que de uma certa forma, até me deixou espantado:

- Não tiveste medo de te perder no tempo, e ainda assim, aqui continuas. Não tiveste medo de te magoar a ti próprio, só para beneficiar as outras pessoas, e ainda assim, aqui continuas. Mas, não tens medo de morrer ?
- Não. O medo de me perder no tempo, de me magoar a mim próprio, de não ter coragem para continuar, é muito pior do que ter medo de morrer. E eu não me posso dar ao luxo de ter luxúrias dessas, não nestes tempos que correm, em que tudo está em constante transformação. E vou-te dizer uma coisa, meu velho: Nós não nos podemos perder no tempo nem nos podemos magoar a nós próprios, e muito menos devemos perder a coragem. Só o devemos desejar apenas a uma pessoa neste mundo, e essa pessoa somos nós. Só nós devemos pagar o preço de nos perder-mos eternamente. Acredita meu velho, acredita nas palavras deste pobre jovem imaturo, pois secalhar, já vivi mais do que o senhor alguma vez viveu. E acredite, que já espalhei mais dor do que amor. Amor esse que continua perdido em mim, à espera de se soltar. Acredite, que um dia voçê vai ser como eu, pobre, jovem e imaturo.

(...)

sábado, 1 de maio de 2010

Hoje e para sempre


Hoje estou muito seco,
Não consigo fazer nenhuma rima.
De nada me lembro e de tudo me esqueço,
Pois sinto vários arrepios a subirem-me pela espinha.

Desfocam-me a visão
Por momentos indeterminados.
Escurecem-me o coração
E deixam-me os sentidos compactados.

Sinto o meu corpo mole,
Como se tivesse a andar em corda bamba..
Já nem em mim tenho controle,
Já tudo em mim descamba..

Tanto amor e tanto ódio
Que ainda tenho por espalhar..
Um caminho longo até ao pódio
Ainda tenho que caminhar..

Mas não sei.. não sei se serei capaz
De vencer e ultrapassar as minhas capacidades.
Pois já não sei.. se este mero rapaz
Tem o que é preciso, para criar felicidades..

(Os arrepios pararam, acho que já se instalaram em todo o meu corpo. Já não sinto os ossos como sentia antes, rijos e cheios de força. Já não sinto o sangue como sentia antes, ardente e flamejante. Já não sinto os meus sentidos como sentia antes, apurados e aguçados. Já não.. já não sinto nada como sentia antes. Já não me sinto mais em mim, acho que fugi para um lado qualquer.. Devo andar por aí, perdido, a esvoaçar entre as mentes mais dementes. A enganar e a encantar aqueles mais eloquentes, apesar de eu não ser um deles. É pena, pois ainda tenho tanto amor e tanto ódio por espalhar. Mas não faz mal, não faz mal enquanto eu ainda acreditar que ainda existe por aí, alguém, que saiba assentar esta minha alma selvagem, neste meu corpo ensinado, amaldiçoado. Um dia vou gritar, vou gritar entre o silêncio e quebrar estas paredes de vidro, que para mim projectam a sua força, à espera que eu desista.. Um dia vou rebentar, com as escalas deste universo. Um dia vou-me apaixonar, e vou deixar este mundo submerso, de ódio e de paixão, que me converte em ilusão e que me prende, nestas paredes pintadas de escuridão. Um dia.. um dia.)