quinta-feira, 10 de março de 2011

Improvisos 5


Olho para as folhas,
Observo as suas cores;
Visualizo muitas escolhas,
Menos os seus sabores.

As qualidades estão escondidas,
E eu tenho medo de escavar;
Sou pessoa de 7 vidas,
Mas não sei ressuscitar.

Considero-me ciente,
Mas no fundo vivo na lua;
Tenho o passado no meu presente,
Mas o futuro é o que me atenua.

A caneta é o transporte,
Que me transporta até às rimas;
E o caderno é o suporte,
Que suporta as minhas sinas.

Escrevo e escrevo,
Sem cansar nem fartar;
Cada letra cada relevo,
Cada palavra cada luar.

Luar que me ilumina,
Que só brilha quando há Sol;
Só quando há vitamina,
É que eu me drogo em sua prole.

De momento estou às escuras,
Aguardo a próxima luz;
Aguardo a pura das mais puras,
Aguardo a cura da minha pus.

No entanto sei bem,
Que tudo tem uma solução;
E se a luz brilhar a cem,
Eu brilharei sem hesitação.