terça-feira, 12 de novembro de 2013

Empilhar



O problema? Nenhum… Esse é o problema. Quem criou este sistema, não teve pena nem respeito quando me proibiu de te usar, como emblema no peito. Não posso é fazer disso problema senão a vida, tira-te da minha. Não foi habituada sozinha e além do mais, quero-te comigo.

Poucos percebem o que devem e isso, só o devem aos poucos que percebem que só muito poucos, devem perceber. Eu ainda não sei se percebo. Ou se devo. Nunca vi um trevo ou um unicórnio, talvez seja essa a razão que me limita no que toca a merecer-te. Mas eu quero-te. Não quero é saber se me sinto com sorte por ver e experienciar mitos, porque para mim bastaria ver-te. Preferia até ver-te.

Só que às vezes não me consigo entender.
Às vezes acho que sou pouco, para aquilo que pretendo ser. Outras, para aquilo que pretendo ter.





Shit… não me vou conseguir conter…

domingo, 27 de outubro de 2013

Whatevermakesyou, itbothersme.


Dói. Dói como nunca dói. Corrói, como nunca corrói. O sentido de impotência cresce como um parasita, eremita egoísta com os seus gostos altruístas. Cresce como um vírus, que se alastra por tudo o que me é tudo. Consecutivamente, impiedosamente. Num frenesim que embora repetido, me é novo a cada quebra emocional. Mais do que novidade é o facto de ser desagradável, amargurante, exaustivo e que me sela os sentidos. Não consigo tirar partido máximo deles. Não me está ao alcance, vivê-los bem vividos. Bem sentidos.

Por quantas mais vezes serás tu madrasta, sua madrasta? Esse queixo subido, essa sobrancelha no alto; esse ar arrogante de que se acha maestra por ser sonoplasta. Desgasta-me, ter que te pedir autorização para ouvir o que de mais doce tenho. Desgasta-me, ter que te pedir que de vez em quando, me deixes escrever neste livro sem ser a vermelho. Sabes tão bem quanto eu que não te apoio nas decisões que tomas. Nunca te apoiei nem nunca o irei fazer.
Deixa-me saborear-me com quem mais saboreio. Quero apenas um só gosto, o resto, dá aos outros. Sei que não és lá grande pintora, mas se queres pintar de preto então pinta-me só a mim! É só isto que te peço.






É pedir muito que me leves para uma estrada alcatroada? Estou farto de poeira. 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Gigante com menos 20 centímetros.

Levo-te tão a sério como quando acordo de manhã.
Quando passo a mão nos olhos esfregando-os; aí, eu sei.
Sei que fui eu quem acordou, ciente e reluzente da minha estabilidade.
Sei que acordei contigo ao lado.
Não esfrego os olhos para me crer se ali estás ou não, isso, nunca o faria.
Seria incapaz.

Porque razão quereria eu tirar do meu regalo, o meu regalo?



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Morfologias


Embora saibas onde se encontra,
Comecemos pelo início:
De armazém passaste a montra,
De conhecida passaste a vício.

Que princípios teria eu,
Não fosse eu constante;
Não fosses tu quem sou eu,
Não fossemos nós, ser vibrante.

Escrevo neste papel,
Sobre todo o meu calor;
Sobre a pele cor de mel
Que exalta o teu esplendor.

Não existe banco,
Para a impotência do meu estar;
Diluo no branco mas no branco,
É difícil projectar.

Não quero parecer pouco,
Só talvez louco.
Ao pé de ti, um rouco,
Mas pouco? Tampouco.



Permanece aí, quieta,
Imóvel no teu lugar.
A seta irá directa,
Indiscreta ao despertar.

Sou franco: Quero!
Sou sincero porque nem eu próprio sei…
Só sei que irei,
Realizar o que sei que não sei se dará certo, mas que espero,
Porque até lá, sei que é longo e o trono será como nos sei;
Que se sente a rainha. Só depois, o rei.





Que comece, minha alteza.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Ementa





O que se passa, eu não sei. Sempre pensei saber como seriam as minhas decisões, como deveria reagir perante qualquer situação, embora esteja ciente de que nem tudo corre como imaginamos, ou como os outros imaginam. Sempre me imaginei a vivenciar todas as catástrofes; o que fazer, como fazer, quando o fazer. A quem recorrer. Hoje em dia reviro os olhos e levo as mãos à cabeça. Como é possível correr (quase) tudo de forma diferente? Impressiono-me por não ter esse tipo de poder, de amar o tempo enquanto ele me vai aquecendo e aconchegando à noite. É verdade que enrolamos sempre uma perna na outra, à noite, faça frio ou calor. Seja Verão ou Inverno. E Hoje? Hoje dói. Hoje escondo as mãos entre as pernas enroladas. Hoje não consigo adormecer com a cabeça destapada. Não consigo. Tenho, muito sinceramente, medo que me agarrem os cabelos e que os levem para sei lá onde. Que me deixem a cabeça nua, sem as habituais descargas morfológicas; recargas ideológicas. Hoje pica-me, sinto-me como se tivesse nascido para ser hospedeiro deste formigueiro atordoador. Deste vendedor de desilusões cuja compra se dirige directamente, para mim. E porquê? Porque pago o que for preciso, para não me verem à deriva com as entranhas a flutuar. Já basta a água turva que me molha os ouvidos. Hoje arranha. Arranha-me a vontade. 


Resumi a minha vida ao simples facto de que um fato não me serve. Melhor: Não poderia nunca, servir. Detesto gravatas e sapatos apertados. Não gosto de sentir a pele embrulhada, amarrotada. Não gosto de me ter que espreguiçar por uma força maior, sem que seja por a minha maior força. Fora disso, sempre me pensei decisivo. Inciso, como por exemplo chegar a um restaurante e ser preciso na escolha. De nem ser preciso, olhar para a carta e rasgar os olhos pelo que está disponível. Rasgo-me pelo que me agrada, ou pelo que me poderá agradar. E agrada-me agradar aos outros se a eles lhes agrada. E hoje? Hoje nada me agrada. Nem coragem, nem humildade. Nem o bitoque, nem bacalhau à Brás, nem a especialidade da casa.


Hoje? Hoje nada me agrada.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Blush


Se não te esmerares eu não me esforço por ti,
Se não te apressares, eu não me apresso por ti.
Faz perceber quanto queres, o quanto me queres,
O quão diferente és das outras mulheres;
Demonstra que me consegues devorar,
Não com garfos mas com colheres.

Faz-me esforçar 
Porque se for preciso, corro.
Não me faças é esperar, 
Não me metas esse gorro.


Porque rótulos eu não quero; Não me aglomero por ti.
Mas sei, que sem ti não acelero o vermelho que nasce em mim.
Mandas-me mil e um sabores, e nem ao pé de mim estás…
Como poderei saber como um beijo se faz?

Anda para trás,
Deixa-me dar passos.
Quero um espaço capaz
De ser um rapaz nos teus laços.


De dar abraços,
Aos teus traços de jaguar;
Estar em ti e dar amassos 
No teu cheiro. Deixa-me embriagar.



Deixa-me embriagar.


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Dial up.

Hello Love.. 

Why won't you answer when I call on?
Want you to be there for me, when it's all wrong.
Want you to be my autumn breeze, when the Fall’s gone,
And cuddle under a tree, humming soft songs.

So Hello Love.. Won't you be there when I call on?
I want you to be the One my kids call Mom.
Have a daughter or a son; maybe we could call him Tom?
We could travel; visit Paris, visit London or even Hong Kong!

So please baby, will you answer the phone when I call on?
I want you to know that I’ll be here, when you get home.
Please Love, answer the phone.


Love you, this is Tom.

sábado, 5 de outubro de 2013

Recall


Descansa, eu não me esqueci. Nunca me esqueço e tu, sabes bem disso. Assim como espero que saibas que, apesar de eu não te telefonar ou falar contigo todos os dias, seja um sinal de que não me importo. Tenho-te dentro de mim desde que nasci e seria uma ofensa a mim próprio caso me escapasse um dia que seja. Cá dentro, neste fundo poço, respondo às tuas habituais e costumes perguntas. Faço-o diariamente. Desde que me lembro. Desde que te lembro. E porquê? Porque eu sou tu olhe para o espelho que olhar; olhe para o reflexo que olhar. Eu sou tu em cada discussão que temos (e olha que não são poucas!). Sou tu em cada opinião que me pedes; em cada roupa que vestes. Sou tu em cada refeição que fazes. Sou tu, em cada sorriso e em cada gargalhada que soltas do teu bem-estar; em cada língua que dobras entre os dentes quando te zangas. Sou tu em tudo (menos no teu gosto quando me compras roupa).

                12:49h
               
Acabou de beber o leite. Nem birra fez. Portou-se de forma exemplar, linda menina. Ela pergunta imensas vezes por ti sabes? “Onde ‘tá a Bel?” e eu respondo-lhe: “A Bel já te vem ver, mas só depois de dormires um bocadinho, está bem?”. Responde-me com um enorme sorriso e quase que vai sozinha para a cama. Não é muito difícil, confesso. Suponho que tenha os teus genes quando eras pequena. É tão querida. Mentiria se dissesse que não estaria apaixonado. Consegue sempre o meu lado mais doce e nunca me exigiu o oposto. Se ao menos fossemos todos tão puros assim…

                12:57h
               
Acho que já adormeceu. Agora sim, tenho tempo suficiente para brincar na cozinha; fritar uns hambúrgueres com bacon e depois lambuzar-me com a minha famosa mousse de chocolate!
                Sinto saudades. Da tua implicância e teimosice de que a tua mousse era melhor do que a minha, mesmo com os manos a dizerem que detestavam a tua; que parecia sopa!

                Sinto saudades, de quando me ias defender à escola. De quando esperavas por mim no final do treino. Sinto saudades tuas.

(...)

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Wasas



  Isto aleija-me. Provoca-me bolhas muito por culpa deste calçado. Apesar de já estar habituado, embora forçado, aleija-me a mente por ser completamente diferente, daquilo a que estou acostumado. Não sei se estou pendente, ou se será permanente, mas sei que preciso. Sei que quero. Necessito que me aleije e que me faça esticar por dentro.
  Quero que tudo encaixe. Especialmente este beliscão que faz questão de me querer dar a saber que realmente existe e que de facto, belisca. Eu entendo. Quer-me manter cá em baixo, porque lá em cima o chão é instável e para alguns até falso.
  Quem sabe, se chegarei a cair como as folhas de Outono; castanhas e frágeis. Sem rumo algum para além do chão frio.


(…)

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Inner selves


Sermos quem não somos.

 Talvez o problema esteja aí. Ou então talvez não seja um problema de todo, mas, quem sabe? O esforço de todos nós é mútuo, seja para o que for. Seja lá para que necessidade for. Achamos-mos demasiado fortes; mais fortes que tudo e que todos. A verdade (embora contraditória), é que o somos. Emocionalmente conseguimos ser mais duros e rijos que qualquer ser humano. Esquecemo-nos é que o do nosso lado também o consegue ser, e é aí que nos sobrevalorizamos mais do que com que devíamos.
Mas e achar que o somos? Estará errado? Não.
Se não o achássemos não chegaríamos nem a metade dos caminhos que temos que percorrer; dos objectivos e dos sonhos que temos, queremos e devemos realizar.

Agarrar tudo o que passa à nossa frente é um dever, uma necessidade. Para quê olhar para esse cometa e tentar perceber se é bom ou mau?
Entretanto já ele passou, e com ele levou o nosso olhar confuso.
Até porque nós somos as aventuras.
As surpresas.
Os sonhos.
As emoções.
Se somos vida porque é que temos receio em desperdiça-la? Temos de sobra, tão de sobra que até nos é possível injectar um pouco da nossa noutra pessoa, vezes mil.

Eu não tenho receio, nunca tive. A maioria de nós sabe que nem tudo corre como planeamos, então devemos manter a nossa expectativa consoante a expectativa. O mundo é pequeno para quem se conhece, e eu espero que me consiga encontrar. Espero conseguir fortificar e solidificar quem sou, e para isso preciso de me largar; de sair de mim próprio. De alargar a mente e mudar de espelhos.
De corpos.
De olhares e amores.
De costumes.




segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Leafs.

Engraçado, como pensamos que só precisamos de nós,
Que somos nós, quem estica a corda ou que a prefere deixar, com nós.
Não. Não somos nós que o fazemos. Fazem-no por nós,
Decidem, por nós, se querem ficar a nosso lado ou deixar-nos a sós.
E não é o pré, é o após que nos faz reflectir sobre o que realmente, importa;
Se precisamos de círculos, quadrados, triângulos ou de uma porta, entre nós e o resto.
Porque nem tudo o resto é resto, porque o resto é tudo o que não nos conforta.
Não é a mente quem transporta o que sentimos; mentimos sobre isso.
O piso é inferior àquele que perseguimos,
É nele que se escolhe o que se acolhe ou se deporta tudo aquilo, pelo qual rimos.
E eu rio por outros. Pelos outros.
Pelos poucos que numa festa me fazem ficar rouco,
Que me fazem pensar que pouco sei e que vivo pouco.



Engraçado, como penso que não preciso de mim…

Será ainda pouco para ser de loucos? Não sei de mim.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Ordinary

Banal. Demasiada banalidade numa monotonia que repugna a vontade. E verdade seja dita: Maldita seja a preguiça! Meio castiça, azulada e com o enorme fetiche de fazer cócegas pelo corpo todo. Como tu costumavas fazer.

Deliro. Delirava. Parava no sofá à espera, sentado. Ansioso tentando não parecer atrapalhado, mal te visse. Que te despisse mal entrasses de salto de alto, elegante. Mas que só eu visse, mais ninguém. Gosto de te mostrar ao mundo mas não nestas ocasiões. Nestes momentos, nestas ilusões, o presente é meu e teu. Tão elegante. És linda, mulher. Gosto-te a cem, sabias? Se não sabias então agora, já o sabes. Maldade era se não o soubesses, após dizer-to.

Continuo banal. Igual como anteriormente. Não era suposto os dias serem todos diferentes? Por vezes penso que não sou nada inteligente. Um pouco demente aqui, outro pouco ali, mas inteligente? Nunca o pensei, nem me achei. Apenas pensei que não o era. Que fosse alguém comum. Quem me dera, que não o fosse. Ou que não me achasse. Que achas de te ir buscar ao trabalho? Queria um dia puder tomar café contigo. Acompanhados com um pastel de nata, para ambos; que dizes?





 Desculpa. Está um dia tão banal.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Poros




Diz-me, deixas de acreditar na Lua só porque o Sol se põe no lugar dela? Ou no Sol quando as nuvens o tapam? E em mim quando chego tarde, e te digo que me esqueci completamente de olhar às horas? Meto-me a imaginar sabes, como reages, que tipo de 'birra' vais fazer. E rio. No meio da rua, no passeio e a meio da passadeira, rio feito palerma. Até numa esplanada, cheia de gente! E sinceramente? Sinto-me bem por não me sentir mal quando reparo que estão a olhar de lado, para mim. Sinto-me bem por saber que respiro a tua memória, embora não passe disso mesmo: memória.
Falta do teu carnal não faz tanta falta como outrora, embora não passe disso mesmo: carnal. Como poderei guardar-me a mim e a ti ao mesmo tempo? O meu coração não tem espaço para tanto, pelo menos não para mim. Nem a minha casa de banho o tem, para a minha escova de dentes. Tens os buraquinhos do suporte de escova todos ocupados. 

Assim como os poros em mim; cheios de ti.


.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Rewind.


Já passou tanto tempo e eu continuo aqui, madrugada após madrugada, face a um caderno que possivelmente irá continuar branco durante as próximas horas, durante as próximas noites. As memórias vão-se acumulando, a intensidade vai-se intensificando à medida que o Sol troca com a Lua. As ondas vão crescendo oscilando este minúsculo barco. Sinto a corrente a puxar quando meto o remo na água. O rio respira para a minha direita, em direção a Oeste. As amarras que seguram a minha cintura, já apresentam folga e duvido que me aguente em cima dele por muito mais tempo. O ar gelado arranha-me a garganta e o nariz, os ossos das mãos doem quando as tento abrir, parecem a corrente da bicicleta quando passa tempos sem óleo. Admito que vim para aqui despreparado. Despreocupado, será o termo correcto. De t-shirt, calções e chinelos sem qualquer chapéu ou óculos de sol. Sem qualquer casaco, sem qualquer muda de roupa. Sem espécie alguma de cansaço, qualquer necessidade de dormir ou de comer.



Água. Kilómetros e litros de água por tudo quanto é lado, em todas as direções. Já falta pouco para chegar à cascata, esteve mais longe à uns quantos metros atrás. É estranho. Sigo em direção a ela mas a água parece não cair, será apenas impressão minha? Parece que a vejo subir cascata a cima, a saltar ferozmente de um lado para o outro a tentar chegar ao objectivo, parecem as crias de um tigre a lutar entre a ninhada pelas maminhas da mãmã, pelo leite. Quem não bebe, não cresce. E quem não cresce, não sobrevive. Será esse o significado de tudo isto? Para eu crescer? O mundo não espera por ninguém, isso é verdade, mas gosto de pensar que o mundo nos espera. Que se prepara para a nossa chegada, planeando todo o nosso percurso enquanto nele habitamos. Mas não aguarda caso falhemos a 1ª etapa. Ou a 2ª. Ou a 3ª. Não espera, e é disso que devemos estar cientes. Estou consciente disso, portanto suponho que não seja esse o motivo que me leva a estar aqui. Porra! Fico mais frustrado do que curioso, é verdade, mas os sonhos não se repetem, só no tema. E se eu não voltar aqui? Se eu não voltar a ver esta cascata? Irei perder alguma coisa? Tenho a sensação que sim...
De qualquer maneira, mais vale estar preparado para as futuras visitas. 
Prometo trazer roupa mais quente.