sábado, 3 de dezembro de 2011

Bloco de Notas







Por entre as rimas,
Revelo segredos roucos;
Aos poucos, engordo as finas
Folhas de cadernos loucos.

Deposito verdades, vontades,
Prazeres dos meus sonhos.
Deposito manhãs, tardes,
Gritos do peito medonhos.

Enfadonhos encontros,
Aqueles que tenho comigo...
Duras visões, duros contos,
Discussões com o meu umbigo.

Tive reais contemplações,
Nos passados passados.
Em simultâneo, presentes lições
Em tempos mal conjugados.

Convulsões sentimentais,
Surreais desilusões...
Emoções paranormais
De irreais ilusões.

Em mim são memórias,
No caderno, lembranças.
Mas ambos, expiramos histórias
De frequentes mudanças.

Vivo mas pressinto,
Que um labirinto me esconde;
Falo com o que sinto,
Mas ele nem me responde;

Ego demasiado alto,
Para dizer seja o que for,
Mas sentimento em sobressalto
Não passa de escritor.

Tem que ser cantor,
Se quiser ser sentido;
Jà não basta escrever amor
Nos diários do ouvido.



Todos nós somos iguais/diferentes,
Cada um com o seu problema.
Já o meu, são os medos frequentes
Que me criam um dilema:

Um dilema que esfria,
Que escurece o meu planeta;
É o receio que um dia
Se acabe a tinta, desta caneta.