terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Veste-te, de ti.

A imensidão é imensa. Imensidade de uma dispensa que esvazia ao som do tique-taque, do relógio. De uma promessa de que se encheria, se completaria por quem me batesse à porta. Não qualquer quem mas o quem que melhor me fizesse, sentir bem. Sentir que também faz bem, ter vontade de preencher todas as prateleiras, desta minúscula dispensa. Sentir que ninguém é o quem que mais desejas, mais almejas ter.
Quero que me batas à porta. Que me dês a vontade de pegar na caneta, ou meter as mãos em cima deste teclado e sentir as teclas a serem pressionadas. A serem impressionadas, pela imensidão e o peso emocional que estes dedos carregam. Que esta pele respira.


Quero imenso ter-te como penso, desconhecida vida.

Quero saber da minha particularidade, em relação ao mundo. Desejo interiormente que todas as experiências sejam mais do que apenas sensoriais, neste meu ser particular. Neste meu ser único. Apela e agrada ao mais íntimo de mim ser consciente de como sou usado e ensinado a respirar, neste oxigénio. Talvez o pensar desta forma, particular, me ajude a solidificar a opinião com princípios básicos que recorrem a uma marionete biológica. Como se fossemos meros bonecos numa mesa de matraquilhos, ensinados a respirar. Chutamos a bola porque é esse o nosso instinto, fomos ensinados a repelir o perigo. Foi-nos esculturado o intuito de querer ganhar sempre, de ser até superior ao próximo, ao ser vivo da nossa própria espécie.
Debaixo do nosso tecto podemos ser quem somos. Mas o padrão, é sempre o mesmo. É sempre o mesmo, embora pensemos que somos todos seres únicos. Sujeitos únicos. Mas, o padrão é sempre o mesmo. É próprio de uma marionete. É uma particularidade.

Serei eu tão singular quanto a minha mais ínfima particularidade? 

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